terça-feira, fevereiro 24, 2004

Da série: Diálogos com Deus - Maria vai a feira

- Onde tu vai Maria?
- Vou a feira. Por quê?
- É que Jesus estava te procurando. Acho que ele queria te dizer alguma coisa. Parecia importante.
- Bem, diga a ele que não pude esperar. A feira é muito longe e levo duas horas pra ir e mais duas pra voltar. À noite falo com ele. Também: esqueci de carregar meu celular. Não vai poder me ligar. Fui.
- Até mais Maria.

...poucos minutos depois

- Pai! Viste mamãe?
- Acabou de sair para ir à feira. Passei teu recado mas ela disse que não podia esperar.
- Que droga! Tinha um recado pra dar pra ela! Já sei! Vou ligar pro celular!
- Nem adianta, meu filho. Ela deixou em casa porque está sem bateria... Mas, afinal: qual era o recado tão importante que querias dar pra ela com essa urgência toda?
- É que eu vi na Internet que a cidade está toda alagada e não vai ter feira hoje...

Moral da história: quem não se comunica, se trumbica!




Excertos e comentários do livro Transparências da eternidade, de Rubem Alves (parte I de III)

Transparências da Eternidade foi publicado em sua primeira edição em 2002 pela Editora Verus. Suas palavras chaves são Literatura Brasileira e Espiritualidade.

O livro é composto de textos inéditos e várias crônicas publicadas originalmente no jornal Correio Popular de Campinas - SP.

Sendo uma bela elegia das imagens cristãs, escrito por alguém que, aparentemente, abandonou as palavras cristãs - justamente por conseguir entende-las, como Rubem mesmo explica - rapidamente identifiquei-me com o livro.

Divide-se em 5 partes, entituladas O SEM-NOME E O MISTÉRIO, OS GESTOS E AS PALAVRAS, OS MEDOS, A TRANQÜILIDADE E A BELEZA.

Extraio trechos de cada parte (sempre que estiverem entre aspas, são citações de Rubem Alves, exceto se especificado o contrário):

O Sem-nome e o mistério

Deus existe?

"É preciso, de uma vez por todas, compreender que acreditar em Deus não vale um tostão furado. Não, não fiquem bravos comigo. Fiquem bravos com o apóstolo Tiago, que deixou escrito em sua epístola sagrada: ¿Tu acreditas que há um Deus. Fazes muito bem. Os demônios também acreditam. E estremecem ao ouvir seu nome¿. Em resumo, o apóstolo está dizendo que os demônios estão melhor do que nós porque, além de acreditarem, estremecem..."

Nisto, todos havemos de concordar: de nada adianta acreditarmos em Deus se não para praticar aquilo que ora poderia ter ele ensinado. E, se praticamos aquilo que foi ensinado, se agimos conforme o bem, o verdadeiro e o justo (ou pelo menos buscamos isto, já que nem sempre podemos discriminar ao certo o verdadeiro e o justo), precisamos realmente ir à Igreja? Teremos de nos confessar? Nossa orações não podem ser substituídas por momentos de contemplação ao crepúsculo ou pela audição de uma bela música? Tudo isto é oração. Mesmo que não estejamos, sempre conscientemente ligados ao Criador, como sua criação em cada ato silencioso estamos nos comunicando verdadeiramente com Ele.

Sou agnóstico, portanto não tenho certeza absoluta da existência de Deus. Sou execrado por cristãos e por ateus. O que haveria de ser pior? Em situações de desespero, chego a orar. Meu pedido é sempre o mesmo: escolha o melhor caminho. Neste momento, estou mudando a trajetória de minha vida absolutamente contra minha vontade. É este caminho que terei de seguir. Confio em mim, confio na Natureza, nome que escolhi para meu Criador. Acredito na Unidade do Ser. Sei que sou parte de um Algo Maior, parte infinitesimal, mas que também tenho toda essência desta criação neste pequeno ser que sou. E assim vou vivendo, buscando o verdadeiro, o justo e o bom.

"...me atrevendo a utilizar a ontologia de Riobaldo, eu posso dizer que Deus tem de existir. Tem beleza demais no universo, e beleza não pode ser perdida. E Deus é esse Vazio sem fim, gamela infinita, que pelo universo vai colhendo e ajuntando toda beleza que há, garantindo que nada se perderá, dizendo que tudo o que se amou e se perdeu haverá de voltar, se repetirá de novo. Deus existe para tranqüilizar a saudade."

Isto é poesia, digníssimo Rubem Alves. Assim, não há como não acreditar! Se Deus é poesia, acredito em Deus! Deus cá está para nos garantir a volta de tudo aquilo que perdemos e nunca gostaríamos de ter perdido! Lindo!

"Nós só vemos aquilo que somos... Os olhos são pintores: eles pintam o mundo de fora com as cores que moram dentro deles. Olho luminoso vê mundo colorido; olho de trevas trevoso vê mundo negro... assim, Deus virou vingador que administra um inferno, inimigo da vida que ordena a morte, eunuco que gera abstinência, juiz que condena, carrasco que mata, banqueiro que executa débitos, inquisidor que acende fogueiras, guerreiro que mata inimigos, igualzinho aos pintores que o pintaram."

Neste parágrafo, uma verdadeira paulada na Igreja Católica. Desculpem os amigos afeitos a esta crença, mas é impossível apagar da história os desgraças proporcionadas pela Igreja no seu passado. A proibição do uso da camisinha é, ainda, uma lástima, nos dias de hoje.

Diz Alberto Caeiro, citado por Alves:

" Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que não o conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou..."

Assim, ganha-se a tranqüilidade de não estar a toda hora tendo de preocupar-se em pensar em Deus, na sua existência, e em teimar prestar contas a todo custo. Deus é menino, não um banqueiro!

Os gestos e as palavras

Rubem Alves descreve o batizado pagão que criou especialmente para sua neta Mariana (tenho que transcreve-lo integralmente para não deturpara o seu sentido):

" Organizei o espaço do living. Empurrei a mesa central, na direção da lareira. À cabeceira coloquei um banquinho velhíssimo ¿ ali a Mariana se assentaria. Ao lado, duas cadeiras, uma para o pai, outra para a mãe. Na ponta da mesa, uma grande vela. E a vela da Mariana, vela que a acompanhará por toda a sua vida e que deverá ser acesa em todos os seus aniversários. Ao lado de sua vela, duas velas longas, coloridas. E, espalhadas pela sala, velas de todos os tipos e cores. Na ponta da mesa, ao lado da vela da Mariana, um prato de madeira com um cacho de uvas.
Reunidos todos os convidados, começou o ritual. Foi isso que eu disse: Mariana, aqui estamos para contar para você a estória do seu nome. Tudo começou numa grande escuridão." As luzes se apagaram enquanto, no escuro, se ouvia a flauta de Jean Pierre Rampal.
"Assim era a barriga de sua mãe, lugar escuro, tranqüilo e silencioso. Ali você viveu por nove meses. Passado esse tempo, você se cansou e disse: "Quero ver luz!" Sua mãe ouviu o seu pedido e fez o que você queria. Ela "deu à luz". Você nasceu".
A mãe e o pai da Mariana acenderam então a vela grande, que brilhou sozinha no meio da sala.
"Veja só o que aconteceu! Sua luz encheu a sala de alegria. Todos os rostos estão sorrindo para você. E, por causa desta alegria, cada um deles cai, também, acender a sua vela."
Aí o padrinho e a madrinha acenderam as velas longas coloridas, e os outros todos acenderam, cada um, uma das velas espalhadas pela sala.
À chegada dos convidados, eu havia dado a cada um deles um cartãozinho, onde deveriam escrever o desejo mais profundo para a Mariana. Continuei:
"Você trouxe tanta alegria que cada um de nós escreveu, num cartãozinho, um bom desejo para você. Assim, pegue esta cestinha. Vá de um em um recolhendo os bons desejos que eles escrveram. Esses cartõeszinhos, você os vai guardar por toda a sua vida..."
E lá foi a Mariana com a cestinha, seus grandes olhos azuis, de um em um, sendo abençoada por todos.
"Todos deram para você uma coisa boa", eu disse depois de terminado o recolhimento dos cartões. "Agora é hora de você dar a todos uma coisa boa. Você é redondinha e doce como uma uva. Esta é a razão para este cacho de uvas. E é isso que você vai fazer. Seus padrinhos vão fazer uma cadeirinha, e você, assentada na cadeirinha, vai dar a cada um deles um pedaço de você, uma uva doce e redonda..."
E assim, vagarosamente, a Mariana celebrou, sem saber, esta insólita eucaristia: "Esta uva doce e redonda é o meu corpo..."
Terminada a eucaristia, eu disse a Mariana:
"Agora, chegando ao fim, cada um de nós vai dizer o seu nome. Preste bem atenção. O nome é um só. Mas cada um vai dize-lo com uma música diferente. Porque são muitas e diferentes as formas como você é amada."
E assim, iluminados pela luz das velas, cada um dos presentes, olhando bem dentro dos olhos da menina, ia dizendo:"Mariana", "Mariana", "Mariana", "Mariana"...
Aqueles que olhavam os olhos da Mariana puderam ver que, à medida que ela ouvia o seu nome sendo repetido, eles iam se enchendo de lágrimas...




O porque das incertezas - Uma breve explicação

Bem, é triste mas é verdade...

Nesta manhã de 25 de fevereiro de 2004 estou indo rumo a meu destino não premeditado: me incorporar às Forças Armadas Brasileiras como aspirante a oficial médico, segundo tenente do Exército brasileiro.

Tal função é obrigatória por estas terras, sendo que, como estudante de Medicina, tenho o direito de solicitar adiamento até a conclusão do curso e de minhas especialidades. E assim foi, nos últimos 10 anos (6 de faculdade e 4 em 2 especializações). Apesar de voluntário ( mas nem tanto) para a Aeronáutica, fui dispensado e agora, estou sendo aproveitado pelo Exército em Santa Maria, cidade distante cerca de 3h e 40 min de carro de Porto Alegre, onde resido atualmente. Nem preciso dizer que minha vida ficará de cabeça para baixo com a função.

Tentei justificar, alocando devidamente os locais em que já me encontro inserido trabalhando ativamente há mais de 1 ano e nos quais iria começar em breve...

Canoas - Central Médica Carlos Chagas - sextas das 15 às 19h (16 pacientes por semana)

Porto Alegre - Central Médica Carlos Chagas - segundas das 15 as 19h (16 pts)

Santo Antônio da Patrulha - Clínica Cardoso Marques - terças 8 as 15h 2x mês (20 pts)

Camaquã - Clínica Radiare - terças 2 x mês - 8 as 15h (8pts)

Dois Irmãos - ULBRA - quintas 2x mês 8 as 15h (18pts)

Novo Hamburgo - Centro Clínico - quartas 17 as 21h (16 pts)

São Leopoldo - Centro Médico - quintas 16 as 20h (16 pts)

Gravataí - Hospiplan - quartas das 8 as 15h (20 pts)

Taquara - Clínica Dr. Sadi Müller a iniciar semanalmente a partir de março

Cachoeirinha - Centro Integrado Fernando Möller a iniciar, semanalmente em março

Porto Alegre - Centro Geriátrico Vitalis - 4 horas semanais, consultoria em endocrinologia para 10 moradores idosos

Porto Alegre - consultório, em horários variados (nas brechas de horário disponíveis)


...mas não houve conversa. O digníssimo Coronel Silva, Comandante da Terceira Região Militar, à qual "pertenço" disse que eu era peça rara, como especialista e eles não podiam me dispensar de forma alguma.

A esta altura, temos algumas pessoas tentando ajudar de tudo quanto é jeito, mas a situação está difícil e não sei se vai ser possível qualquer retorno ou mudança.

Assim, tentarei manter a postagem deste blógue dentro das possibilidades que me forem ofertadas. Os primeiros 45 dias, chamados de fase de adaptação, serão como aspirante e provavelmente terei de permanecer na Unidade a que fui designado pelo menos algumas noites da semana. Quando em "liberdade", atualizarei este blógue, tentando manter uma seção chamada "Notícias do Front" para que não percam contato com esta maravilhosa aventura que só o Exército brasileiro pode me proporcionar.

PS : se demorar mais de uma semana para postar, certamente é porque estarei preso por insubmissão, desacato ou por algum motivo qualquer... Sabe como é, não dá pra brincar com estas figuras...

PS2: desejem-me sorte... Muuuuuuuita sorte!

PS3: Ah! Tem mais uma coisa: não vou entra nessa de ficar escrevendo fotos da Antonela nua na Playboy, fotos da Sandy nua, nem tampouco usarei os nomes de Anna Kournikova, Claudia Schiffer, Mônica Bellucci, Gisele Bündchen, Naomi Campbell ou outras mulheres bonitas... Também não ousarei utilizar nomes de atrizes e atores como Nicole Kidmann, Tom Cruise, Anthony Hopkins, Harrison Ford, Sean Penn, Demi Moore, Jack Nicholson, Robin Williams, Arnold Schwarzeneger ou políticos como o anterior, George W. Bush, Luis Inácio Lula da Silva, José Genoíno, Pedro Simon, José Sarney e muito menos de pensadores como Aristóteles, Platão, Sócrates, Kant, Montesquieu, Locke, Hobbes, Rousseau, Morin, Foulcault, Deleuze, Bakunin, Malinowski, Trotski, Malatesta, Kropotkin, Feyerabend, Tampouco citarei aqui escritores como Luis Fernando Veríssimo, Jostein Gaarder, Moacyr Scliar, Martha Medeiros, Domenico de Masi, Glauco Mattoso, Frank Jorge, Sidney Sheldom, Danielle Still ou usar qualquer palavra que contenha anfetaminas como femproporex, dietilpropiona, anfepramona, dualid, inibex, ou outras medicações para obesidade como mazindol, sibutramina e seus nomes comerciais sibutramina e plenty, e outros ansiolíticos ou antidepressivos como fluoxetina, buspirona, bupropiona... Imagina se eu escrevesse aqui maconha, cocaína, heroína, crack, loló, cigarro, charuto, ecstasy e o escambau que tipo de pessoas não iriam aparecer por aqui! Então, é melhor começar a selecionar meus escritos para evitar que pessoas afins a determinados grupos de interesse caiam por aqui! Seria interessante conecer pessoas que gostassem de rock e psicodelia, que escutassem Led Zeppelin, Pink Floyd, Carpenters, Black Sabbath, Iron Maiden, Beatles, Deep Purple, Earth Wind and Fire, Yes, AC DC, Kiss, Ramones e Mutantes. Aí sim isto daqui ia ficar legal... (idéia copiada pelo menos de três locais: DaniCast, Alexandre Soares Silva e Liberal Libertário Libertino - línques acima)

PS4: olhando para essa lista acima, meus resquícios perfeccionistas da infância gelam... Detesto citar listas nonsense que sejam para mim incompletas ou esteticamente feias como a acima... Mas o momento de vida justifica o pôust... Até... ...breve, se tudo correr bem...



PRÓXIMOS PÔUSTS: "Da série: Diálogos com Deus - Deus e Maria no almoço", "Excertos e comentários do livro Transparências da eternidade, de Rubem Alves (parte II de III)", "Sistema de cotas nas universidades brasileiras: solução ou vergonha?", "Notícias do Front"
|

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Da série: Diálogos com Deus - Deus e o ateu

- Quem é você?
- Sou seu pai, e pai de todos aqui nesta Terra?
- Adão? George Bush?
- Não meu, filho, sou Deus...
- Que deus o caramba! Não acredito nestas baboseiras!
- Não precisar acreditar. Não preciso da tua crença para existir, assim como um elefante voador cor-de-rosa não precisa que tu acredites na existência dele para existir...
- Mas... Espera aí? São possíveis elefantes voadores cor-de-rosa?
- Vou te responder da seguinte forma: para saber se algo existe ou existiu de verdade, tens que ter estado aqui desde o começo dos tempos e ao mesmo tempo em todos os lugares, pada poder presenciar tudo que existe. Do contrário nunca saberás se elefantes voadores cor-de-rosa são possíveis.
- Sim, mas isto é impossível!
- Não é não! Lembre-se que só Deus é onipotente, onipresente e onisciente. Mas, como não acreditas em mim, não te dou a resposta do elefante! Tchau!



Resenha do livro Memórias de um anarquista japonês, de Osugi Sakae

A história (real) de Osugi Sakae (com uma sublinha acima do O) se passa no fim do século XIX e adentra o século XX. É um retrato do início do movimento socialista e anarquista no Japão. Sakae Osugi, como o chamaríamos no Brasil, descreve em 7 capítulos desde suas primeiras lembranças, sua infância, sua juventude como filho de militar, sua vida na Escola de Cadetes e após sua expulsão da mesma, recorda a vida e a morte de sua mãe e finaliza sua autobiografia com relatos de sua vida na prisão, descrevendo as várias passagens pelo sistema penitenciário japonês.
Continue lendo.
O livro, escrito como um "diário de lembranças", como toda autobiografia, consegue ser bastante rico em detalhes em trechos interessantes para Sakae como por exemplo nos instantes de baderna e brigas de gangues de sua juventude; quando lembra de sua gagueira e como ela piorava com a ansiedade; das duas brincadeiras amorosas infantis e de suas "experiências sexuais individuais"(esconde entretanto detalhes e apenas insinua ter tido algumas experiências homossexuais); suas numerosas mudanças de residência em função do trablho do pai e de residências queimadas (várias!); sua desilusão com todo e qualquer tipo de aprendizado imputado, exceto o de línguas; sua facilidade para os esportes; sua indignação e as injustiças do sistema hierárquico militar; sua prazerosa paixão pela liberdade; seu adquirido gosto pela poesia e pelas leituras anarquistas; seu otimismo socialista; sua vida na prisão.
Continue lendo.
Do ponto de vista de estética de linguagem, o livro é como esta resenha: bastante pobre, mas quando avaliamos seu valor como documento histórico e colocamos ao lado de nossa ignorância ocidental a respeito dos movimentos revolucionários japoneses, adicionamos um pouquinho de gosto de história, temos um prato cheio para degustar.
Continue lendo.
É curioso perceber que, justamente na prisão, Osugi se torna um anarquista e isso acontece justamente porque é lá que ele tem mais tempo para estudar e para se definir politicamente.
Continue lendo.
Alguns dos trechos mais interessantes encontramos no posfácio da obra (não estou de gozação!), onde é transcrito um diálogo entre Sakae e Goto Shimpei (ministro do interior do Japão), quando Osugi invadiu um jantar na casa desse exigindo dinheiro para uma nova revista anarquista já que o governo censurava e apreendia cada uma das revistas que ele criava. Veja só o diálogo:
Continue lendo.

"Goto: Mas eu ouvi que o senhor tem uma boa cabeça e braços fortes. Por que então está em dificuldades?
Osugi: Porque o governo obstrui nossos negócios.
Goto: W por que o senhor vem pedir dinheiro para mim em particular?
Osugi:
Já que o governo está nos atrapalhando, eu acho que é lógico que eu venha pedir dinheiro ao governo. Acho que o senhor irá entender este meu pedido.
Goto: Ah, sim... Quanto você quer?"
Continue lendo.

Concluindo: Sakae ganhou 300 ienes com os quais lançou uma nova revista, pagou uma dívida com uma das amantes, deu dinheiro para a esposa e para a outra amante e ainda lhe sobraram 20 ienes para uma viagem de férias!
Continue lendo.
O mais interessante é que, depois de ler 170 páginas escritas por Osugi Sakae, passar pelas primeiras 56 com uma certa impressão de "putz, botei dinheiro fora" e acabar gostando do livro, do que mais gostei foi mesmo do posfácio, escrito por Rogério de Campos, que resume a vida de Osugi após 1910 até 1923, ano de seu assassinato pela Polícia Militar Japonesa.
Continue lendo.
É lá que o contexto histórico é resumido e colocado em um painel onde sentimos a importância de Osugi Sakae para a sociedade japonesa da época: na sua rebeldia inclusive nas assembléias e reuniões da esquerda, onde ficava incomodando os palestrantes; em sua defesa do feminismo e do amor livre, que chocou a opinião pública e de intelectuais japoneses.
Continue lendo.
Vemos as conseqüências do grande terremoto de 1923, que destruiu Tóquio e Yokohama, danificando 73% de todas as casas e destruindo completamente 63% delas. Avaliamos que, em decorrência do caos instalado, surgiu a oportunidade ideal para atacar líderes sindicais, comunistas, socialistas e anarquistas, ocasião em que Osugi, Ito, sua amante e um sobrinho foram assassinados pela Polícia Militar.
Continue lendo.
Após este episódio, a repressão foi acentuada e tornada cada vez mais brutal, e acabou evoluindo para uma marcha acelerada rumo à total militarização da sociedade japonesa que culminou na Segunda Guerra Mundial.
Continue lendo.
Osugi influenciou as revoltas estudantis dos anos 60 (no Japão!), onde novamente as idéias de combater a repressão política, econômica e sexual e de lutar contra toda forma de hierarquia estava de volta, trazendo a lembrança do "Anarquista Erótico" - como ficou conhecido.
Continue lendo.
Para finalizar (Continue lendo.), um de seus textos, de fevereiro de 1918, chamado "Quanto a mim, prefiro o espírito":
"Eu gosto do espírito. Seja como for, geralmente detesto quando o espírito é transformado em teoria. Detesto porque nessa passagem para a teoria, ele freqüentemente se torna servil, um colaborador em harmonia com a realidade social presente. Porque isso é uma fraude. Eu odeio o que os cientistas políticos e filósofos chamam democracia e humanismo. Fico doente só de ouvi-los. Eu odeio o socialismo também. E pela mesma razão, eu odeio um pouco o anarquismo. O que eu mais gosto é a ação cega da humanidade: a explosão de espírito."

Quem chegou até aqui e leu o texto inteiro, parabéns! Pode colocar o dedo aqui e dá um alô ali nos comentários!

PS: Os "Excertos e comentários do livro Transparências da eternidade, de Rubem Alves" fico devendo para o próximo pôust, já que a notícia de que, apesar de ter sido liberado pela Aeronáutica, fui convocado ontem para servir no Exército, em Santa Maria, uma cidade a 320 km de Porto Alegre. Ainda nem sei o que vai ser do Simplicíssimo e do Escrever Por Escrever... Talvez me rebele, torne-me um insubmisso, vá preso e escrevo minhas "Memórias do Cárcere" e, ao sair, um ano após publique um livro contando minha história e ganhe milhões... Hmmm... Até que não é uma má idéia...

Outra: em função das mudanças no Blogger.br, acabei transportando todo o Escrever Por Escrever para este endereço aqui, que é o espelho do site sem as fotos... Assim que tiver um tempo dou uma guaribada por lá e arrumo a casa!

Próximos pôusts: "Da série: Diálogos com Deus - Maria vai a feira", "Sistema de cotas nas universidades brasileiras: solução ou vergonha?" e "Excertos e comentários do livro Transparências da eternidade, de Rubem Alves"
|

sábado, fevereiro 14, 2004

Diálogos com Deus

Esta série começou da idéia de escrever um livro sobre a morte de Deus. Bem, para saber como (e de quê) Deus poderia ter morrido, resolvi fazer esta ¿oficina¿ com alguns trechos do meu personagem fictício. O livro segue, por trás das cortinas, seu gradual avançar em direção à existência.
Vou chamar esta série de Diálogos com Deus. Inicialmente, a série contará com quatro personagens, Deus, o vendedor de suco, Maria (mãe de Jesus) e Jesus (filho de Deus). É claro que, durante o andar da carruagem estes personagens poderão se multiplicar, pois o céu é o limite (ou não!).
Qualquer semelhança com fatos da vida real será uma semelhança com fatos da vida real, já que nestes curtos diálogos, Deus apresenta-se quase como uma pessoa comum, apresentando inclusive sentimentos humanos como impaciência, irritabilidade, fome, cansaço e até mesmo dor.
Chega de introdução e vamos ao primeiro diálogo da série.


Da série: Diálogos com Deus - Deus e o vendedor de suco

- E aí, meu Rei, votaste no Lula nas últimas eleições?
- Bem, meu filho, como senhor de todos, não posso ter um posicionamento político específico...
- Mas fala a verdade aí, meu Rei... Ce é de esquerda ou direita?
- Filho, a bem da verdade minha posição fica um pouquinho mais em cima, no centro. Quem senta ao meu lado, na direita, é Jesus, meu filho. Da esquerda mesmo é a Maria, mãe de Jesus...
- Certo... E como vocês fazem numa casa assim, com tantas divergências político partidárias?
- Hum... (já ficando irritado...) Não estou falando de política homem, estou falando das disposições das cadeiras lá em casa!
- Pois eu votei no Lula - não se dando conta do semblante quase agressivo de Deus - e, até agora, nada mudou pra mim. Dizem no noticiário que na verdade aquele lá é um sósia do Lula, que o Pessoal do PFL e do PMDB colocaram no governo depois que perderam as eleições. Será que pode, seu Deus?
- Olha meu filho, o papo tá muito bom mas eu tenho que ir trabalhar... Será que pode me ver logo esse suco de laranja ou vai demorar muito?
- -Ah é! Seu suco... Só um pouquinho que eu vou ver se tem laranja!


Acróstico

Abaixo transcrevo um acróstico feito com o meu nome, gentilmente escrito pela dona Maria Zilda, moradora do Centro Geriátrico em que trabalho. Dona Maria Zilda é poetisa de mão cheia, tendo participado de vários concursos e até vencido alguns!
Segue o belo acróstico escrito pela digníssima Maria Zilda:

"Acróstico"

R afael é nome de um anjo de "Cura"
A ssim também Rafael, médico,
F ormado em endocrinologia
A ssumindo condignamente
E sta profissão quasi divina,
L idando com seus clientes carinhosamente.

L eva consigo um ar de paz.
U ma luz forte ilumina seu caminho;
I ndo ao encontro de quem dele precisa,
Zeloso à profissão abraçada.

R ege serenamente sua vida;
E ndocrinologista competente,
I sto sei porque já ouvi dizer.
N ada acontece por acaso, este amigo chegará ao topo...
E assim termino o acróstico
H omenageando o homem de estampa, alma e profissão bonitas.
"R aphael" nome bíblico, abençoado por Deus.

Maria Zilda Perla
14.01.2004





Rubem Alves e o ritual antropofágico

Segue abaixo um extrato do site de Rubem Alves, que conheci dias atrás em uma entrevista dada para um programa da TV Cultura, patrocinado pelo Itaú Cultural.

Encontramos o texto abaixo no línque ¿Uma advertência preliminar antes de entrar na minha casa¿. Depois de ver a entrevista (com a qual fiquei encantado pelo "grau de humanidade" de Rubem) e vasculhar seu site, acabei comprando três de seus livros em uma livraria na cidade de Taquara, que também conheci esta semana e achei bem interessante: "Transparências da eternidade", "O amor que acende a lua" e "As cores do crepúsculo - A estética do envelhecer".



Assim que for devorando os livros, prometo extrair excertos e comentá-los aqui no Escrever Por Escrever. Aí vai a "advertência preliminar" do site de Rubem Alves:



"O que preparei para você foi um ritual antropofágico.

Antropofagia é comer carne humana - coisa selvagem. Mas os chamados selvagens não pensam assim. Uma tribo de índios brasileira que pratica a antropofagia assim se justifica: "Vocês, que se dizem civilizados, não amam os seus mortos. Fazem buracos profundos e os enterram, para serem comidos pelos vermes. Nós, ao contrário, amamos os nossos mortos. Não queremos que eles estejam mortos. Mas eles estão mortos! Só existe uma forma de mantê-los vivos: se nós os comermos. Se nós os comermos, sua carne e o seu sangue continuarão vivos nos nossos próprios corpos." A antropofagia não se faz por razões alimentares. Não se trata de um churrasco. É um cerimonial mágico. Acredita-se que, ao comer o morto, as suas virtudes são incorporadas naqueles que o comem. A psicanálise concorda. Ela acredita que nossa personalidade é formada por sucessivas refeições antropofágicas, nas quais devoramos um pedaço de um, um pedaço de outro. Claro, ela não usa a palavra "antropofagia". Usa a palavra "introjeção", que significa "colocar dentro". Mas "colocar dentro" é, precisamente, comer. A eucaristia é um ritual poético antropofágico: "Esse pão é o meu corpo: comei. Esse vinho é o meu sangue:bebei." O escritor mineiro Murilo Mendes, no seu livro A hora do serrote, diz algo mais ouo menos assim: "No tempo em que eu não era antropófago - no tempo em que eu não devorava livros - pois os livros não são feitos com a carne e o sangue dos que escrevem?" Há livros que são lidos e o seu conteúdo não passa da cabeça. Informações. Ciência. Há outros livros, entretanto, que são comidos, vão direto para as entranhas, coração. Saber "de cor" = saber com o coração. Nietzsche dizia amar somente os livros escritos com sangue. E Guimarães Rosa, que se dizia mágico e feiticeiro da palavra, esclarecia que na sua literatura se encontrava a "alquimia do sangue do coração humano". Pois é isso que eu desejo: ser comido. As coisas que você vai encontrar na minha casa são pedaços de mim. Não importa que seja livros, jardins, poemas, restaurante, fotos, músicas: todos são pedaços arrancados de mim. Como disse, o objetivo da antropofagia não é gastronômico, é mágico: fazer com que o o corpo do que come fique parecido com o corpo do que é comido. É isso que eu quero. De forma especial, desejo que você veja da forma como eu vejo. Gostaria de dar-lhe os meus olhos. Se você vir como eu vejo, então não percisarei mais falar e escrever... Nos sonhos frequentemente a casa simboliza o corpo. Minha casa não é para ser visitada. É para ser comida. Bom apetite! Volte sempre. Rubem Alves "



Próximos pôusts: "Resenha do livro Memórias de um anarquista japonês, de Osugi Sakae"; "Excertos e comentários do livro Transparências da eternidade, de Rubem Alves"; "Da série: Diálogos com Deus - Deus e o ateu"
|

sábado, fevereiro 07, 2004

Sugestão de visita 002

Recomendo uma visita ao blógue O Velho da Montanha.

É um blógue português muito arrazoado que escreve de coração e com sentimento sobre os mais variados assuntos. Seus dois últimos pôusts, sobre a história das 21 gramas que perdemos na hora de nossa morte e sobre o encontro com a morte derivado da lenda "Encontro em Samarcanda" são absolutamente magníficos. Vale a pensa a visita!



Uma pedra no sapato

Assim como todos países do mundo são uma pedra no sapato do governo americano eu digo: as lojas de fotografia dos Estados Unidos, menos a BHPhotoVideo são uma pedra no meu sapato.
Depois de entrar em 14 sites especializados em fotografia, escolhi aquele com os melhores preços para encomendar minha Nikon D100. Depois de preencher vários formulários com dezenas de dados, verificar valores de postagem para o"Brazil", colocar meus dados de endereço e cartão de crédito, confirmar e reconfirmar dados e senha, recebo uma mensagem dizendo: "muito obrigado pela compra". Para confirmar seu pedido, entre em contato pelo telefone XXXX-XXX-XXXX. Faço uma ligação internacional, me rasgo todo no inglês para ser muito mal-educadamente atendido por um atendente da loja A&M Photo World.
Na seqüência, recebo uma mensagem da SmilePhotoVideo agradecendo meu interesse na compra das lentes que eu havia escolhido, mas eles não aceitam meu cartão de crédito internacional com origem do Brasil por motivos de segurança!
Resolvo fazer o pedido em uma loja chamada Adorama e em outra chamada Digital Liquidators. O mesmo acontece: "não aceitamos cartão de crédito internacional de brasileiros." Isso depois de 4 ligações internacionais, sempre atendido por uma pessoa muito, mas muito mal-educada em todas ocasiões - REGRA GERAL, porém, amostra pequena.
Finalmente, resolvo ceder. Completo minha encomenda das lentes na BHPhoto assim como cartão de memória e bateria acessória. Resolvo comprar a máquina por aqui mesmo ou solicito para alguém trazê-la para mim, ainda não decidi.
A questão é: porque estes malditos sites não colocam bem grande, na primeira página: não vendemos para o Brasil?
Somente a BHPhoto anuncia, ao desejarmos comprar a referida máquina que não lhes é permitido realizar a venda para cá. Os demais sites te fazem de trouxa, gastando mais tempo do que gastaria um americano no aeroporto ao ter suas impressões digitais e sua foto tiradas...
Por essas e outras (Tratado de Kyoto, Guerra do Iraque) que não engulo um monte de merda que sai da boca de que defende esse bando de f.d.p. americanos que agora estão no poder (não me refiro ao povo americano, esteja bem claro, apesar de sua ignorância geográfica e seus hábitos alimentares toscos).



De onde surgiu o Escrever Por Escrever?

Para responder a esta pergunta, vou usar a resposta a um comentário que me foi feito no site Simplicíssimo, do qual sou editor.
Um digníssimo "anônimo" chamado Cairo, que não se identificou no espaço, escreveu o seguinte, sobre um excerto do Escrever Por Escrever original (excerto LI):

"Este texto lembra muito a espada de Dâmocles: comprida e chata. Vamos melhorar, pessoal!"

Para o qual lhe respondi:

"Críticas são sempre bem-vindas, principalmente quando elas APONTAM AS FRAQUEZAS que devemos corrigir!
De qualquer forma, para você que parece novo no Simplicíssimo e, no que diz respeito ao Escrever Por Escrever, "está por fora" e, creio, não tem idéia do seu significado, explico:
O Escrever Por Escrever é um projeto individual que começou em 03/06/2000 como uma série de apontamentos pessoais sobre acontecimentos de minha vida entremeados por idéias, projetos, textos e toda produção literária que porventura eu produzisse. Escrever Por Escrever é, para mim, um Caminho, de obrigatória passagem para meu aperfeiçoamento como pessoa e como escritor.
São poucas as pessoas com capacidade para entender isto, mesmo porque, fora de contexto, os textos realmente parecem fracos e sem sentido.
No momento em que consegues colocar o excerto LI (51, para os menos avisados) em seqüência com os outros 50 já publicados, talvez apareça uma mensagem ou um sentido que não transparece na peça isolada.
Pegue um trecho qualquer de Dostoiévski: apesar da genialidade que exibe em sua obra como um todo e, concordo, em muitas de suas passagens isoladas, não é na totalidade de suas frações que encontramos tal genialidade, mas nas frações enquanto totalidade.
São poucos - como Immanuel Kant - que podem ouvid de Goethe um elogio como "quando leio Kant, a cada nova página pareço adentrar em uma sala plenamente iluminada"...
Desejaria poder receber tais elogios, mas sei que não estou pronto, e por isto treino.
Este aqui é (foi) meu treinamento. Neste momento é história que estou deixando para meus filhos.
Dei seqüência com a idéia no Simplicíssimo, onde pude então expressar algumas idéias sem obrigatoriamente recorrer ao Escrever Por Escrever. Quando este mesmo Simplicíssimo tornou-se pequeno ao meu ímpeto de escrever (por escrever), acabei finalmente criando um blógue, chamado novamente Escrever Por Escrever.
Neste blógue despejo algumas idéias que, pelo crescimento do Simplicíssimo e pela participação efusiva de muitas pessoas, não pude mais colocar no espaço que havia criado.
Agradeço pela participação massiva de muitas pessoas que, como eu, tem este desejo de mostrar seus escritos, suas idéias e pensamentos, resultados dos estímulos individuais e únicos a que somos expostos desde o nascimento.
Espaço onde podemos ainda, em um mundo normalizado, que nos impõe semelhanças de consumo e atitudes que não dizem respeito a nós, exercer esta individualidade quase perdida.
Este é, sim, um exercício de indvidualidade. É uma lição para quem me acompanha. Como disse, talvez não faça sentido para quem "pega o bonde andando", mas as edições anteriores estão aí para serem lidas.
No mais, digníssimo Cairo, se puderes colocar um endereço de e-mail ou um site para que possamos contatá-lo, isto seria bastante interessante, já que ficamos com o pé atrás com críticas que não dão a face para bater.
Agradeço também seu tempo dispendido para ler este longo e chato texto e ainda o tempo dispendido para o comentário, que me fez, por sua vez, dispender tempo igual ou maio para escrever esta resposta.
Um grande abraço e siga nos prestigiando.
Se tiveres textos bons que queira nos enviar, estamos cem por cento abertos à sua participação, através do Participe, ali no menu à esquerda!"

Bem, foi isso que lhe respondi, e nesta resposta encontra-se um pouco da história deste blógue, seus antepassados e seu significado para mim.
Fica aqui também um convite para que todos leitores destes escritos também se aventuram pelo mundo do Simplicíssimo. Seus textos serão sempre bem-vindos!
|

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Novamente, um filme.

Acabei de ver "O Último Samurai", com Tom Cruise no papel principal.

Realizando uma análise um tanto alternativa - mas não inverídica - do filme, vemos que é a história de um bebum, de um pau-d´água que tem sua vida reconstruída graças a uma proposta de ensinar um bando de colonos a atirar contra outro bando de samurais.

Durante sua odisséia, é aprisionado pelo inimigo, passa por uma crise de abstinência mas consegue se livrar do vício enquanto compartilha o estilo de vida samurai no meio das montanhas. Aprende a lutar como um guerreiro japonês e solta a franga dançando feliz ao liberar seu lado feminino ao vestir aquele vestidinho dos samurais.

Como não poderia deixar de ser, acaba se apaixonando pela mulher do samurai que matou e fica amiguinho dos filhos do mesmo. Luta ao lado dos samurais na grande batalha contra o mal representado pelo capitalismo americano que invade o Japão sob o consentimento de um fraco Imperador Meiji praticamente subordinado a um grande construtor de estradas de ferro.

Na feroz luta morrem todos, menos quem? Isto aí: nosso herói! (depois das batalhas que ele enfrentou, só mesmo chamando-o de Highlander!

No fim, o imperador mostra a que veio (um pouco tarde demais para o meu gosto) e nosso bonitinho vai morar no meio das montanhas com sua nova esposa, podendo finalmente dormir tranqüilo como sonhava há tempos.

Lindo!

MyDoom.A

Estou tendo extrema dificuldade em lidar com este verme. Recebo mais de 100 mensagens infectadas por dia e já rodei o Norton e o Panda Software sem sucesso. Contatei meu servidor do site e meu provedor e sem solução. Creio que serei mais uma vítima obrigada a destruir um e-mail por conta desta praga. Como dizia Heráclito - nunca entramos duas vezes no mesmo rio, ou, as coisas mudam, I 1/2s mudas até as surdas mudam!

Serviço Militar

Fui liberado do Serviço Militar Obrigatório.

Motivo: não passei no psicotécnico.

Não sei se foi o homem com capa de chuva que desenhei de costas ou foi o fato de eu contar uma historinha entre um homem ajoelhado e outro em um trono e, quando me perguntaram sobre com quem mais me identificava era o sentado no trono, que eu havia dito que era o papa.

De fato, esta obrigatoriedade estava me matando. Nem dormir direito conseguia. Servir, para um médico recém-formado é interessante do ponto de vista financeiro, mas para mim, após 4 anos de especialização e com minha vida já programada e acertada, ia ser uma m...
|